Tuesday, October 20, 2009

Quero ser Jack Nicholson!

 

 

 

“Em termos de idade, dá para dizer que, no decorrer do último ano, provavelmente cobri o território de 21 a 61.” Foto: Mathew Rolston Ele detém o estigma de perverso por conta de seus papéis no cinema, mas não deixa absolutamente nada a desejar nas comédias que já fez. É um velho safado que “ainda não colocou em prática todas as fantasias que já passaram pela sua cabeça vazia”. Senhoras e Senhores: Jack Nicholson! Por Fabrício Gimenes

 Bem do alto da monotonia de qualquer segunda-feira à noite, procuro entre a pilha de revistas alguma edição mais antiga (sempre leio revistas antigas). Entre Playboys, Vips e Superinteressantes, retiro, então, a edição 01 da Rolling Stone Brasil (outubro 2006). Na capa, bela capa devo dizer, está Gisele Bundchen  estampada com todo mérito como “A maior popstar brasileira”. Há também uma excelente matéria sobre Bob Dylan. Mas, a que salta aos olhos no primeiro instante é a reportagem com Jack Nicholson: Confissões de um velho safado.

Na ocasião da reportagem, assinada pelo jornalista Erik Hedegaard, Jack Nicholson estava prestes a estreiar o eletrizante longa Infiltrados, de Martin Scorsese. Jack, na ocasião, retornava ao que parece ser seu verdadeiro habitat: Personagens maus!

Entre um cigarro e outro, Jack revela sua personalidade hedonista, intimamente ligado ao sexo e tudo que pode compor tal cenário. Erik “arranca” dele ótimas declarações. Como no trecho a seguir:

(…) E, finalmente, temos as palavras preferidas de Jack para animar seu papo normal, do dia-a-dia, sendo que duas delas são pussy [xoxota] e cunt [boceta]. 

 “Adoro essas palavras!”, ele quase berra. “Quer dizer, no últimos tempos, poderia até perguntar para alguém: ‘Bom, olha, você sabe por que eu digo cunt ou pussy ou pookie [fofinha]?’ Mas gosto de poder dizer coisas como: ‘Cunt é uma sigla’. ‘Para quê?’ ‘Para can’t-understand-normal-thinking [não consigo entender o raciocínio normal].’ He, he, he. Mas, bom, claro que só invento isso para fazer piada. Mas o negócio é que simplesmente gosto dessas palavras, por acaso.”  

Ou neste trecho: 

“Faz um bom tempo que não estou comprometido, então tenho companhias variadas. Em termos de idade, dá para dizer que, no decorrer do último ano, provavelmente cobri o território de 21 a 61.”    “Sessenta e um?”

 “É, sou bonzinho com minhas amigas.” 

A entrevista prossegue com Jack divagando sobre o sexo atualmente e sobre o pânico de não ter realizado todas as fantasias que já se passaram pela sua cabeça vazia.

Jack Nicholson

Em verdade sempre me imaginei com o triplo da idade que hoje tenho ao escrever este blogue. Há algum tempo já cultuava admiração pela cara de maluco de Jack e pelos filmes que já o vi fazendo. Hoje na casa dos 70, o cara possui a verdade e a mentira anunciada no olhar. Detém o riso soberbo e sacana que seduz até mesmo as mais gélidas mulheres (Alguém tem que ceder)  e, para completar, possui o estilo de quem viveu as melhores épocas das melhores maneiras possíveis. Eu pergunto, por que não Jack Nicholson?

Existem também outras figuras, mais ou menos na mesma idade, igualmente inspiradoras. Mas todos inspiram à sua maneira, quase uma coisa de nicho. Jack, tanto na vida real, quanto em seus filmes, traz a efervescência do urgente contraposto com a calma de quem sabe muito bem o que, como e quando algo deve ser feito. Hoje tudo ficou claro. Eu, realmente, quero ser Jack Nicholson!

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